Por Gustavo Brigatto
Em assembleia ontem, os credores do Grupo Abril aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia. O plano apresentado pela Alvarez & Marsal prevê a venda de ativos como a revista Exame, o prédio da editora na Marginal Tietê (zona Norte de São Paulo) e imóveis na cidade de Campos do Jordão (SP). Esse três ativos foram classificados como Unidades Produtivas Isoladas (UPI) Obrigatórias, com prazos de venda de até 4 meses, 20 meses e 36 meses, respectivamente.
A venda da revista Exame já foi discutida com o banco BTG Pactual, segundo o Valor informou em maio. Essa aquisição deve ocorrer entre novembro e dezembro. Segundo fonte próxima às negociações, o executivo Pedro Thompson, ex-presidente do grupo de educação Estácio, voltou ao banco BTG para tocar o plano de transformação do site e da revista. A ideia é transformar a marca em um “hub de conteúdo”, com as publicações on-line e impressa e também com um braço de educação, voltado para cursos de finanças pessoais, tecnologia e empreendedorismo.
A assembleia de credores foi realizada ontem, depois de dois adiamentos. A previsão inicial era que tivesse ocorrido em maio, mas, por falta de quórum, teve que ser postergada. Em junho veio uma nova mudança de data por conta de ajustes que estavam sendo feitos no plano. A reunião de ontem não requeria quórum mínimo. O plano teve aprovação de 98% dos credores que representam 92% da dívida.
A Abril entrou em recuperação judicial em agosto de 2018 com uma dívida de R$ 1,6 bilhão, sendo a maior parte com bancos. Em dezembro, o empresário Fabio Carvalho adquiriu 100% da companhia, com financiamento do BTG. No início deste ano, o empresário chegou a um acordo com os bancos credores para um desconto de mais de 90% no valor dos débitos.
Fonte: Valor Econômico