Notícias

ZURITA, EX-NESTLÉ, QUER SER INCLUÍDO EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA AGROZ

Por Luiz Henrique Mendes | Valor

SÃO PAULO – Ivan Zurita, presidente das operações brasileiras da Nestlé entre 2001 e 2012, e sua esposa Beatrice Zurita pediram à Justiça para que os efeitos do processo de recuperação judicial do grupo AgroZ, que pertence ao empresário, sejam estendidos às pessoas físicas dos dois. Em 6 de novembro, o juiz da 1ª Vara Cível de Araras, Rodrigo Nagase, deferiu o pedido de recuperação judicial da AgroZ, que tem dívidas de R$ 240 milhões.

Se acatada pela Justiça, a medida protegeria os Zurita da execuções judiciais movidas contra eles. No pedido, enviado em 18 de dezembro, os advogados do casal argumentaram que, na condição de empresários rurais individuais, as atividades do Zurita e das companhias do grupo AgroZ “sempre foram exercidas por meio de um patrimônio comum”.

Além disso, os advogados sustentaram que as empresas e as pessoas físicas do casal estão em “incontestável interdependência […], especialmente porque as garantais das obrigações sempre foram recíprocas entre as pessoas físicas e jurídicas”.

Em dezembro, o casal Zurita quase teve o apartamento na Vila Nova Conceição, bairro nobre de São Paulo, leiloado para quitar uma dívida com o banco Pine, que consta como um dos credores do AgroZ no processo de recuperação judicial que tramita em Araras (SP).

O leilão do apartamento, que tinha lance mínimo de R$ 33,4 milhões, foi cancelado em 6 de dezembro, um dia antes da realização do certame. Conforme o Valor já informou, o Pine decidiu suspender o leilão após Zurita acenar com uma proposta melhor para não perder o apartamento em São Paulo. Procurado na ocasião, o empresário não comentou.

No pedido de extensão dos efeitos da recuperação judicial, o casal Zurita alega que a recessão econômica no Brasil e a crise setorial do mercado de cana-de-açúcar levaram o grupo AgroZ às dificuldades financeiras. A incursão dos Zurita no mercado imobiliário, que foi abalado durante a recessão brasileira, também foi apontada como um agravante para a situação do grupo.

 

Fonte: valor Econômico

Conteúdo relacionado