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Voepass faz pedido de recuperação judicial e cita Latam como “responsável”

A companhia aérea Voepass encaminhou na terça-feira (22) pedido de recuperação judicial e concessão de liminares, citando como “principal responsável” pela crise financeira o grupo chileno Latam, segundo documentos legais obtidos pela Reuters.

A Voepass citou no pedido dívida total de R$ 209,2 milhões, dos quais R$ 162,2 milhões com credores quirografários, e afirmou que a Latam “exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes, além de inadimplir relevantes obrigações pecuniárias, tomando decisões negociais igualmente relevantes e deletérias”.

Em nota, a Latam repudiou os apontamentos da Voepass.

“A Latam Airlines Brasil reforça que o término da parceria comercial com a VoePass foi motivado principalmente pelo acidente ocorrido no voo 2283, operado pela VoePass em 9 de agosto de 2024”, reforçou a aérea.

“A Latam ressalta também que a VoePass não possui Certificado de Operador Aéreo (COA), conforme suspensão determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Essa suspensão a impede de operar voos de transporte de passageiros, o que reforça as justificativas da rescisão contratual. A Latam Airlines Brasil repudia veementemente a injuriosa afirmação da VoePass sobre a responsabilidade atribuída a ela em relação à crise financeira da empresa.”

A Voepass afirmou que após a queda de seu avião no interior de São Paulo em agosto do ano passado a Latam teria tomado “decisão unilateral” de suspender atividades de quatro das 10 aeronaves turboélice da companhia que eram utilizadas “exclusivamente para operação de codeshare mantida entre as partes”.

A empresa também afirmou no pedido que a Latam também passou a “reter ilegalmente” valores devidos à Voepass relativos aos custos fixos gerados pelas aeronaves mantidas em solo.

Segundo a companhia, a disputa com a Latam já é alvo de um processo de arbitragem.

No pedido de recuperação encaminhado à justiça do interior de São Paulo, a Voepass faz alguns requerimentos de liminar judicial, entre eles manutenção de slots de pousos e decolagens, concessão de 120 dias de suspensão de ações e execuções judiciais e prazo de 60 dias para apresentação de plano de reestruturação.

 

Fonte: CNN Brasil

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