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SARAIVA RENEGOCIA DÍVIDAS E BUSCA SÓCIO

Por Adriana Mattos

 

Nos últimos dias a Saraiva iniciou uma renegociação com cerca de 500 fornecedores que reúnem R$ 100 milhões em dívidas em atraso, apurou o Valor. A empresa trabalha para fechar um acordo que afaste a possibilidade de uma recuperação extrajudicial. Na semana passada, a Livraria Cultura teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça.

Em entrevista ao Valor ontem, na sede da Saraiva, o diretor presidente Jorge Saraiva Neto disse que está “tentando oferecer o máximo possível” aos fabricantes, e não descarta uma saída extrajudicial para o negócio. Nesta semana, o grupo demitiu 700 pessoas, dentro de um plano de redução de despesas, e informou o fechamento de 20 lojas – 12 da Saraiva e 8 unidades da iTown, que vendia produtos da Apple.

“Eu não consigo hoje dizer quais são as consequências e o final dessa negociação. Essa situação foge do nosso controle. Não tenho controle sobre todo esse cenário. Isso está sob o controle dos fornecedores. A Saraiva hoje não tem condições de quitar integralmente no curto prazo os seus débitos com seus principais fornecedores”, diz Saraiva Neto. “Dito isso, alguns fornecedores podem nos colocar numa situação difícil. Digo que estamos com eles, mas não digo que estamos na mão deles porque esse não é um desafio só nosso, mas do setor e do mercado”. A empresa analisa a hipótese de vender ativos ou vender uma fatia do negócio, para reduzir o endividamento. A empresa tem um terreno e um centro de distribuição em Guarulhos (SP), além de uma loja própria no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. As 84 lojas do grupo são pontos alugados.

A Saraiva contratou a BR Partners para avaliar “alternativas estratégicas para a adequação da sua estrutura de capital”. Uma possibilidade, diz uma fonte, é a entrada da empresa no Novo Mercado da B3, segmento de mais elevada governança, com conversão de ações PN em ON. Teria sido estudada uma emissão de debêntures conversíveis em ações ordinárias, que reduziria a fatia da família Saraiva na empresa. Jorge Saraiva e Olga Saraiva têm 59% das ações ON (com direito a voto).

O empresários não comenta o valor da dívida em aberto. O Valor apurou que são R$ 420 milhões em débitos totais com fornecedores sendo que R$ 100 milhões estão em atraso. A empresa possui 2 mil fornecedores e está negociando seus débitos com 500. A Saraiva deve ainda a bancos R$ 120milhões, mas não há atrasos.

Fonte: Valor Econômico

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