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ODEBRECHT PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA ATVOS, SUCROALCOOLEIRA DO GRUPO

Por Graziella Valent

Em comunicado enviado a funcionários, o presidente da holding Odebrecht S.A., Luciano Guidolin, confirmou que a Atvos entrou hoje com pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo e garante que a medida se restringe apenas à empresa sucroalcooleira do grupo.

O pedido de proteção contra os credores foi aceito pela 1ª Vara de Falências de São Paulo na noite desta quarta-feira. O juíz do processo é João de Oliveira Rodrigues.

A companhia perdeu uma batalha com o fundo Lonestar, que forneceu capital de giro no ano passado e tinha garantias em cana-de-açúcar. O fundo ganhou em juízo que a empresa teria de depositar semanalmente 65% da venda de etanol em seu favor, em montante da ordem de R$ 20 milhões por semana ou R$ 80 milhões ao mês. Foi em razão dessa pressão que a empresa teve de fazer o pedido à Justiça ainda hoje.

O processo de recuperação da companhia de açúcar e álcool, cujas dívidas estão próximas de R$ 11 bilhões, aumenta o risco para o grupo Odebrecht.

Segue a íntegra do comunicado:

“Caras (os) integrantes,

Dentro do nosso compromisso de transparência, informo a vocês que a Atvos — nossa empresa controlada responsável pela produção e comercialização de etanol, açúcar VHP e energia elétrica através da cana-de-açúcar e da biomassa — entrou hoje, 29/5, na Justiça de São Paulo com pedido de recuperação judicial.

O pedido da Atvos restringe-se a ela própria. Não envolve a Odebrecht S.A. nem outras empresas do Grupo Odebrecht. Como ocorre agora com a Atvos, empresas do Grupo que necessitem de reestruturação financeira o fazem de forma própria, isolada e autônoma.

A iniciativa da Atvos preserva suas operações e visa garantir ambiente seguro e estável para o equilíbrio das suas contas,objetivando alcançar a sua capacidade máxima de produção nos próximos anos.

Estamos confiantes em que a Atvos, com esta proteção judicial, chegará no final desse processo a uma solução que atenda os interesses tanto dos seus credores quanto os da empresa, permitindo-lhe retomar a trajetória de crescimento que a marcou desde a sua criação, em 2007.

Manterei vocês sempre informados”.

Fonte: Valor Econômico

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