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Número de falências durante processo de recuperação judicial chega a 30% no 2º tri

O número de empresas em recuperação judicial que não conseguiram se reequilibrar e foram à falência bateu recorde no fechamento do 2º trimestre. Das 147 companhias que tiveram seu processo encerrado, 43 – quase 30% – faliram. É o maior número desde abril de 2023, o início do levantamento da consultoria RGF & Associados. Esse percentual costuma girar em torno de 20%. O aumento das falências se dá em meio a um recorde no volume de recuperações judiciais. No fim do trimestre, havia 4.965 companhias renegociando suas dívidas na Justiça, alta de 17,5% ante igual período de 2024.

Segundo especialistas, os juros altos são o principal motivo tanto para o aumento no número de recuperações judiciais quanto no de conversões em falência. “O juro alto sacrificou o caixa das empresas. Além disso, os bancos ficam mais cautelosos com o crédito”, diz José Roberto Savoia, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.

Com 388 empresas em recuperação no fim de junho – alta de 59,7% em relação ao mesmo período de 2024 -, o agronegócio é o que mostra situação mais delicada em termos relativos, com quase 12 empresas a cada mil renegociando dívidas na Justiça. A tendência é que a situação se agrave, sobretudo para empresas dos segmentos mais afetados pelo tarifaço de 50% sobre as exportações para os Estados Unidos. Segundo Rodrigo Gallegos, da RGF, muitas empresas que chegam a essa condição dizem ter sido prejudicadas por fatores como a alta dos juros e dos preços dos insumos, além de problemas climático.

 

Fonte: Valor Econômico

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