Por Thais Carrança
SÃO PAULO – O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse nesta terça-feira (22) que sempre é possível achar soluções e postergar prazos, mas à medida que o tempo passa e uma solução não aparece, aumenta a possibilidade de uma intervenção na Oi.
“Mas tomara que isso não aconteça”, disse, reforçando que o governo tem preferência por não intervir. “Queremos que a Oi consiga superar e solucionar seus problemas, mas estamos atentos, preparados para uma intervenção e, caso seja necessário, ela acontecerá”, afirmou, após participar de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo. Segundo o ministro, até o presente momento, não há indicativos que mostrem a necessidade de uma intervenção.
Questionado se o processo poderia acontecer tão logo vença o prazo estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a apresentação da versão reformulada do plano de recuperação judicial da Oi – de 15 dias desde 7 de agosto – Kassab não quis estabelecer um prazo. “Acho que é muito grave um ministro de Estado responder afirmativamente, porque parece que estou dando um prazo e a sociedade vai contar com uma intervenção no curtíssimo prazo. Não é assim, as coisas não caminham dessa maneira”, disse.
Kassab reiterou que a privatização das empresas de telecomunicações é uma página virada, mas lembrou que as empresas são concessionárias, com compromissos e contratos que precisam ser respeitados.
“A Oi tem dois compromissos inegociáveis. O primeiro é o investimento que ela precisa fazer junto à sua rede, de modernização e expansão, e para isso ela precisa ter recursos”, disse. “E o segundo, tão importante quanto o primeiro, é ela apresentar um plano para que possa quitar suas dividas”, completou.