Por Juliana Machado, Rodrigo Rocha, Alessandra Bellotto e Vinícius Pinheiro
A PDG Realty, que apresentou nesta semana seu pedido de recuperação judicial, deve R$ 4,944 bilhões a credores quirografários, que não têm garantia real. Essa categoria representa cerca de dois terços do total de dívidas da companhia, segundo lista consolidada de credores obtida pelo Valor.
A PDG e demais companhias do grupo declararam uma dívida total de R$ 7,6 bilhões no pedido de recuperação judicial, sendo R$ 5,8 bilhões devidos a credores financeiros.
A lista mostra que a chamada classe III, que reúne os quirografários, tem 24.228 credores. Os perfis são os mais variados: vão de bancos a mutuários com ações judiciais contra a construtora.
A classe II, de credores com garantias reais, totaliza R$ 1,197 bilhão em dívidas. Nessa categoria, aparecem sete credores, sendo Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Caixa os mais relevantes.
A classe IV reúne fornecedores e totaliza R$ 62,851 milhões em dívidas. São 989 credores listados nessa categoria.
Também há R$ 35,072 milhões na classe I, que reúne dívidas trabalhistas e tem 1.330 credores.
A lista apresenta o valor de R$ 14,678 bilhões em dívidas intragrupo.
Credores trabalhistas e com garantia real têm, nessa ordem, prioridade no recebimento em relação aos demais.
Grandes bancos
Os grandes bancos possuem pelo menos R$ 3,339 bilhões em créditos concedidos à incorporadora, segundo o levantamento feito pelo Valor. Parte dos créditos detidos pelos bancos está em títulos emitidos pela companhia, como debêntures.
De acordo com a lista de credores, a chamada classe II, de credores com garantias reais, reúne os bancos Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Votorantim, com créditos que somam cerca de R$ 987 milhões.
Já na classe III, que reúne os quirografários (sem garantias), além de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Caixa, também aparecem BTG Pactual, HSBC e seguradoras, como a Allianz e a Austral. No total, os créditos somam R$ 1,310 bilhão.
A dívida da PDG composta por títulos como debêntures soma R$ 1,239 bilhão. Nesse caso, o nome do credor que aparece na lista é o do agente fiduciário, mas o documento identifica o banco para qual o título foi emitido.
Na lista de dívidas da incorporadora com os grandes bancos aparecem ainda outros R$ 308 milhões em emissões de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Mas não é possível afirmar se essa dívida ainda está no balanço da instituição financeira ou foi vendida a outros investidores no mercado de capitais.