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BANCOS PÚBLICOS SERÃO PRIVILEGIADÍSSIMOS EM PLANO, AFIRMA OI A TEMER

Por Daniel Rittner e Bruno Peres

BRASÍLIA – (Atualizada às 17h42) Os conselheiros de administração da Oi disseram ao presidente Michel Temer (PMDB), em reunião ocorrida na tarde desta terça-feira no Palácio do Planalto, que os bancos públicos vão receber “tratamento privilegiadíssimo” no plano de recuperação judicial da empresa.

O ex-ministro Hélio Costa, que integra o conselho da operadora, afirmou não ter pedido expressamente apoio dos credores oficiais. Ele ressaltou que “nem um real” está sendo solicitado ao governo, e instituições como Banco do Brasil e Caixa Econômica precisam ter esse “entendimento” da situação.

Costa, titular do Ministério das Comunicações no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou ter deixado clara a impossibilidade de cumprir o prazo de quatro anos para a conversão de multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em novos investimentos. Ele sugeriu um prazo de 12 anos para a medida.

Segundo Costa, as negociações com o órgão regulador serão acompanhadas agora no “mais alto nível”.

Um dos principais acionistas da Oi, o investidor Nelson Tanure, também participou da reunião. O nome dele não constava da agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto. Tanure saiu pela garagem, sem dar entrevistas, após o encontro que contou ainda com deputados da base aliada.

Também em Brasília, o presidente do conselho de administração da Oi, José Mauro Carneiro da Cunha, disse que o plano de recuperação judicial da empresa não terá como agradar a todos os credores. “É impossível satisfazer a todos. Se todo mundo estiver um pouquinho chateado, é por aí”, afirmou o conselheiro, ressaltando que todo processo de recuperação envolve perdas.

Questionado sobre divergências entre representantes do conselho e da diretoria executiva da Oi em torno da proposta aos credores que precisará ser votada no dia 23 de outubro, Carneiro e também Costa negaram divergências. “Vão ter que nos explicar qual é o conflito”, desafiou Costa. Em seguida, minimizou: “O conselho não tem que estar permanentemente de acordo com a diretoria-executiva. Às vezes há discordâncias”.

Fonte: Valor Econômico

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