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UTC consegue aprovar novo plano de recuperação

Pagamento de dívidas será feito por meio da venda de ativos, como a Heftos

Os credores do grupo UTC aprovaram, na tarde de ontem, o novo plano de recuperação judicial da companhia, que busca, desde 2017, reestruturar dívidas de R$ 3,7 bilhões.

O pagamento dos créditos sofrerá um desconto bastante significativo e será feito por meio da alienação de ativos do grupo.

O principal deles será a venda da Heftos, subsidiária de engenharia especializada em serviços de petróleo e gás, e um dos principais ativos do grupo atualmente.

A empresa recebeu uma proposta vinculante por parte da Azevedo & Travassos. O pagamento a princípio será de R$ 100 milhões – R$ 40 milhões iniciais serão pagos por meio de um financiamento DIP (debtor-in-possession, na sigla em inglês). Depois do processo competitivo, a companhia deverá desembolsar a parcela restante, para adquirir 100% do capital do negócio. O acordo prevê ainda uma cláusula de “earn out” (um adicional a ser pago a depender do desempenho do negócio após a venda), que poderá mais do que dobrar o desembolso total pelo ativo.

A venda da Heftos possibilitará o pagamento de todos os créditos das classes I (trabalhistas) e IV (pequenas e médias empresas).

Já a dívida financeira será quitada pela venda de outros ativos – recebíveis fruto de ações judiciais e precatórios, que foram reunidos em duas UPIs (Unidade Produtiva Isolada). Uma delas já recebeu proposta âncora do BTG.

O grupo UTC entrou em crise a partir dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato e pela crise econômica do país. A companhia fez seu pedido de recuperação judicial em julho de 2017. O primeiro plano de reestruturação foi aprovado em 2018, após um ano de negociações. Porém, desde então, o projeto teve que passar por diversas alterações, para evitar a falência da empresa – a versão aprovada ontem é o terceiro aditamento.

Para os assessores da companhia, com a venda dos ativos aprovada no atual plano, o grupo poderá voltar a ter uma estrutura de capital adequada e “seguir seu caminho” de reestruturação.

Fonte: Valor Econômico

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