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Polishop pede recuperação judicial, após tentar acordo com credores

Companhia buscava renegociar as dívidas de R$ 395 milhões e fechou dezenas de lojas em 2023

A rede de varejo Polishop entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada, mas a 2° Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo ainda não deliberou sobre o caso. A companhia confirmou a solicitação e aguarda análise do juiz Paulo de Oliveira Filho.

Nas últimas semanas, a companhia buscava renegociar as dívidas de R$ 395 milhões com os credores, na tentativa de evitar uma recuperação na Justiça, mas já sinaliza dificuldades nesse sentido. Shoppings centers vinham executando dívidas com atraso no pagamento de aluguéis e estariam mais resistentes a um acordo, segundo fontes.

A Polishop já havia entrado, no dia 3 de abril, com pedido de tutela antecipada na 2ª Vara de São Paulo, alegando que ainda não estava apta ainda apresentar o pedido de recuperação pela falta de documentos necessários para o ajuizamento.

Mas pela sua situação financeira, precisava de uma “medida urgente” para suspensão das execuções de dívida e dos despejos, que poderiam inviabilizar o negócio.

No próprio dia 3 de abril, a liminar foi concedida. Tratava-se de uma antecipação dos efeitos do processamento da recuperação judicial permitida pela lei sobre o tema, de 2005.

Agora, com a recuperação solicitada, a Justiça avalia o pedido e pode concedê -lo a qualquer momento.

Como o Valor informou no ano passado, em entrevista com o fundador, João Apolinário, a Polishop enfrenta a sua mais grave crise financeira, o que obrigou os sócios a injetarem recursos de ativos vendidos para equilibrar a estrutura de capital da rede em 2022 e 2023. Uma aeronave no valor de R$ 250 milhões foi vendida e R$ 100 milhões aplicados na rede nesse período.

Desde o ano passado, dezenas de lojas deficitárias foram fechadas, com demissões e corte de custos.

Ao fim de 2021, eram 250 unidades, e um ano depois, em dezembro de 2022, a rede somava 180. No início deste ano, eram 123 unidades, e esse número já teria se reduzido.

A empresa sofre efeitos de queda na demanda por seus produtos para casa, voltados à faixa de renda mais alta, e encarecimento do crédito, com a alta dos juros básicos (Selic) após 2021. Dificuldades de importação de mercadorias da China, nesse cenário de linhas mais caras para as empresas, também afetaram o negócio.

Fonte: Valor Econômico


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