Por Rodrigo Carro | Valor
SÃO PAULO – (Atualizada às 18h13) O presidente da Oi, Marco Schroeder, disse nesta quarta-feira que a proposta apresentada aos fornecedores dentro do plano de recuperação judicial da empresa conta com a aprovação destes credores e não necessitaria portanto de muito mais negociações. “Acreditamos que, com fornecedores, a negociação atingiu o final. A proposta que está na mesa agrada a eles”, afirmou Schroeder após sua palestra na feira de telecomunicações Futurecom.
Questionado sobre as negociações com “bondholders”, o executivo ressaltou que as conversas são parte de um “processo natural de negociação” que inclui a apresentação de contrapropostas pelos detentores de títulos. Parte dos credores se queixa de que não ter sido procurada pela operadora. “A companhia está avaliando o que pode adequar eventualmente para atender à demanda deles”, informou Schroeder.
Ativos
De acordo com ele, a possibilidade de a empresa se desfazer de ativos no país só aconteceria dentro de um prazo de no mínimo dois anos, após o equacionamento da dívida da empresa, superior a R$ 65 bilhões atualmente. “Pode se falar em consolidação, em venda de ativos, mas acho que é algo para daqui a dois, três anos”, destacou.
Como já havia feito anteriormente, Schroeder não descartou a venda de ativos no exterior – participações da Oi em operadoras africanas e do Timor Leste. “Acho que devemos focar em negociar a dívida. Eu não acredito na Oi vendendo ativos aqui dentro do Brasil”, disse o executivo.
Ele afirmou, porém, que no momento não há qualquer negociação em curso para venda de ativos da operadora no Brasil. Existem apenas conversas iniciais para desmobilização de participações que a Oi detém em países da África e da Ásia, incluindo Angola, Cabo Verde e Timor Leste.
Dívida
Para Schroeder, o foco da operadora no momento também não está em atrair novos investidores, mas em renegociar a dívida e privilegiar a parte operacional. O executivo frisou que a empresa não busca dinheiro público para equacionar sua dívida. “Nunca se falou em dinheiro público neste processo”, disse.
O novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Juarez Quadros, vem insistindo numa “solução de mercado” para o caso da operadora, sem o aporte de recursos públicos.
Fonte: Valor Econômico