Por Thais Carrança
A operadora de telefonia Oi, em recuperação judicial desde junho, registrou um prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 1,05 bilhão no terceiro trimestre, ampliando em 7% as perdas de R$ 981 milhões de igual período de 2015.
A receita líquida somou R$ 6,39 milhões entre julho e setembro, com queda de 6% na comparação anual. Considerando apenas a operação brasileira, a receita líquida totalizou R$ 6,19 bilhão, baixa de 5%.
No Brasil, a receita foi afetada pelo corte das tarifas reguladas de interconexão e de ligações fixo-móvel, pela menor base de clientes e pela queda nas recargas no pré-pago e na receita do segmento corporativo, segundo a Oi, segmentos mais sensíveis ao ambiente macroeconômico.
A receita líquida total de serviços, que exclui a obtida com aparelhos, totalizou R$ 6,15 bilhões, queda de 4,9%. No segmento residencial, a receita caiu 2,9%, para R$ 2,37 bilhões. Em mobilidade pessoal, a baixa foi de 5,2%, a R$ 1,94 bilhão. E no segmento corporativo, a receita somou R$ 1,83 bilhão, num recuo de 7%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 1,65 bilhão no trimestre, queda de 25%.
A tele encerrou o período com dívida líquida de R$ 41,18 bilhões, praticamente estável em relação ao segundo trimestre, com variação negativa de 0,5%. O caixa disponível cresceu 40% ante junho, para R$ 7,14 bilhões.
Os investimentos somaram R$ 1 bilhão, alta de 2% sobre um ano antes. Em nove meses, os aportes em bens de capital avançaram 14%, para R$ 3,51 bilhões.
Auditoria
Assim como no segundo trimestre, a KPMG se absteve de conclusão sobre as demonstrações financeiras da Oi relativas ao terceiro trimestre deste ano. Novamente, a empresa de auditoria disse não ter encontrado evidências para fundamentar uma opinião a respeito de assuntos relevantes, como a mais valia dos ativos da Telemar Participações.
A empresa cita que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) manifestou em julho seu entendimento de que o tratamento contábil mais adequado após a incorporação da Telemar Participações é manter a mais valia de ativos no acervo a ser incorporado da Oi. Em 15 de agosto, a operadora protocolou recurso sobre esse assunto no colegiado da CVM. No entanto, até a data de conclusão do parecer da KPMG, nenhuma manifestação adicional do regulador sobre o tema havia sido proferida.
Quanto à continuidade operacional da empresa, a auditoria afirma que existem ainda incertezas significativas com relação à aprovação do plano no âmbito do processo de recuperação judicial e, portanto, não é possível determinar nesse momento qual será o desfecho do assunto, seus impactos sobre as informações contábeis intermediárias individuais e consolidadas, e se a companhia será capaz de realizar os seus ativos e liquidar os seus passivos no curso normal dos negócios.
Remuneração
A remuneração dos administradores da Oi, que inclui membros do conselho de administração e diretores estatutários, cresceu mais de 90% no período de um ano. De julho a setembro de 2016, a remuneração no consolidado somou R$ 33,4 milhões, contra R$ 17,5 milhões no mesmo intervalo de 2015.
Fonte: Valor Econômico