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ODEBRECHT MARCA ASSEMBLEIA DE CREDOR PARA DIA 4

Controlada Atvos agendou encontro de credores para dia 6

 

A Odebrecht remarcou para 4 de dezembro a assembleia geral de credores (AGC) para aprovação do plano de recuperação judicial do grupo, num total de 21 holdings e subholdings, e R$ 98 bilhões em dívidas. A controlada sucroalcooleira Atvos, que tem um processo judicial separado, reagendou o encontro com seus credores para dia 6. O juiz de ambos os casos, João de Oliveira Rodrigues Filho, já determinou a convocação das assembleias.

 

Na terça-feira, ambas tinham enviado à 1ª Vara de Falências de São Paulo datas diversas, respectivamente 2 e 3 de dezembro. Mas algumas burocracias relacionadas ao protocolo de documentos em cartório tornaram necessário reagendar os encontros.

 

Caso nas primeiras tentativas não haja quórum suficiente para instalação das assembleias, as datas para segunda convocação já foram definidas. Dia 10 de dezembro para o encontro de Odebrecht e 17, para Atvos.

 

A Odebrecht listou na Justiça R$ 98 bilhões em dívidas. Desse total, contudo, serão renegociados R$ 55 bilhões. Há R$ 33 bilhões em empréstimos entre empresas do grupo e R$ 10 bilhões em compromissos com seguradoras para os grandes projetos do grupo, mas sem existência de sinistro (por isso, ainda não são compromissos constituídos de fato). O grupo pediu proteção contra credores em 17 de junho.

 

A Atvos foi poucos dias antes ao Judiciário. Levou o pedido de recuperação em 29 de maio, com R$ 15 bilhões em compromissos – pouco menos de R$ 11 bilhões com terceiros, para serem reestruturados.

 

A Odebrecht conta, para os dois casos, com assessoria financeira da RK Partners, de Ricardo Knoepfelmacher, e jurídica do escritório E. Munhoz Advogados.

 

O conglomerado vem discutindo com um grupo de cinco grandes bancos credores uma solução para os R$ 55 bilhões de compromissos financeiros da holding e, ao mesmo tempo, para os pouco menos de R$ 11 bilhões da Atvos. Por isso, para o grupo, a proximidade das assembleias é importante, uma vez que haverá um acordo anterior com essas instituições para lidar com ambos os processos.

 

Atualmente, participam da discussão Itaú, Bradesco, Santander, BNDES e Banco do Brasil (BB). Isso porque são as instituições que possuem como garantia as ações do principal ativo do grupo: a petroquímica Braskem. A companhia é o pilar de sustentação do conglomerado neste momento. Os bancos têm os papéis em garantia desde 2016 – e também os dividendos.

 

Fontes que acompanham o assunto acreditam que é viável conseguir aprovação do plano ainda em 2019, dado o ritmo que as negociações ganharam ao longo das últimas semanas.

 

Do acordo em discussão sairão os detalhes para o plano de recuperação da Odebrecht e da Atvos. O conglomerado solicitou aos bancos, como parte do combinado, que possa receber quatro parcelas de R$ 250 milhões em dividendos da Braskem, até 2022. Os recursos serão basicamente o sustento da holding para poder executar o plano.

 

No caso da Odebrecht, cerca de R$ 15 bilhões em dividas serão alongadas e terão custo revisado. Outros R$ 40 bilhões serão convertidos em um papel de participação de resultados – seja dividendo, seja venda de ativos. A companhia terá estabelecido um prazo para venda de Braskem, da própria Atvos e, possivelmente, da Ocyan.

 

O projeto de revitalização do grupo está calcado na retomada da construtora – início de tudo, em 1944, na Bahia -, agora conhecida pela sigla OEC. Nesse caso, a empresa conduz uma reestruturação privada para US$ 3,1 bilhões em bônus emitidos no mercado internacional. Os papéis foram emitidos pela holding OFL, mas são garantidos pelo fluxo da construtora.

 

A negociação para a Atvos envolverá um total de pouco menos de R$ 11 bilhões. Desse valor, pouco menos de 50% serão cortados e transformados também em um título de participação de resultados.

 

Fonte: Valor Econômico

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