Por Chiara Quintão
O juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo, João de Oliveira Rodrigues Filho, aceitou, no fim da tarde de ontem, o pedido de recuperação judicial da PDG Realty. Com R$ 7,8 bilhões em débitos totais e quase 23 mil credores, a incorporadora entrou com pedido de recuperação judicial, na semana passada. O plano deve ser apresentado em 60 dias. Procurada, a PDG não comentou.
Na quarta-feira, a PricewaterhouseCoopers (PwC) – administradora judicial – tinha sugerido que a recuperação judicial da PDG fosse aprovada. Em perícia prévia da PwC, consta que, na avaliação realizada entre 24 de fevereiro e 1º de março, a PDG apresentou a maior parte dos documentos necessários e que os demais devem ser entregues em 15 dias.
A recuperação da PDG leva à Justiça 512 sociedades de propósitos específicos (SPEs). Do total de SPEs, 57 possuem patrimônio de afetação. Cada uma dessas 57 SPEs possui um capítulo específico na petição entregue ao juiz, para garantir que o processo de reestruturação da dívida respeite o patrimônio de afetação.
A PwC cita que a incorporadora não possui controlador nem acordo de acionistas e diz ter sido informada que 56 empresas que não possuem credores são coobrigadas de dívidas de outras empresas do grupo PDG.
A PDG convocou assembleia geral extraordinária para 27 de março, quando os acionistas vão votar sobre ratificação do pedido de recuperação judicial. Na assembleia, os acionistas também poderão autorizar a administração da companhia a tomar todas as providências necessárias para garantir a efetivação do processo de recuperação.