Grupo, formado por 17 fundos estrangeiros, tem a receber aproximadamente R$ 24 bilhões da mineradora controlada por Vale BHP
Ultra NB, veículo que representa os credores financeiros da Samarco Mineração S.A. no processo de recuperação judicial da empresa, apresentou, no fim de semana, um aditamento ao Plano Alternativo que protocolou em 17 de maio na 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.
Esse grupo de credores, formado por 17 fundos estrangeiros, tem a receber próximo de R$ 24 bilhões da mineradora controlada por Vale BHP. A Samarco entrou com pedido de recuperação judicial em abril de 2021 listando dívida total de R$ 50,5 bilhões.
No documento de aditamento levado ao juiz, o Ultra NB informa que vai “priorizar os interesses dos credores das Classes I e IV e dos credores fornecedores parceiros da Classe III”.
São três pontos, os quais foram alvos de críticas, principalmente de trabalhadores e fornecedores da mineradora, que também apresentaram à Justiça um plano alternativo ao da companhia, rejeitado na assembleia de credores de 18 de abril. Dois sindicatos, o Metabase e o Sindimetal, de MG e ES, lideraram o plano alternativo oposto ao do Ultra NB.
Primeiramente, o Ultra NB garante a manutenção dos empregos dos trabalhadores da Samarco pelos 30 meses seguintes à homologação do plano alternativo que propôs à Justiça.
Em segundo lugar, decide igualar o prazo de pagamento previsto no “Plano das Acionistas aos Credores Fornecedores Parceiros”. Embora alegando que as condições previstas em seu plano são mais benéficas, diz que vai alterar o cronograma de pagamento à vista de credores quirografários.
Por fim, o grupo diz que retira a exigência de que financiamentos de capex (investimentos) levantados pela Samarco atendam a um percentual mínimo de suas despesas com o referido capex.
De acordo com informação do Ultra NB no documento, seu plano alternativo está aprovado por 81,2% dos créditos totais da Classe III, na qual está incluído.
Entre as propostas mais importantes, o plano do Ultra NB prevê a capitalização de 38% de seus créditos, assumindo o controle e a gestão da Samarco, e o pagamento dos 60%, para quem aderir, no prazo de 10 anos, em parcela única corrigida.
Fonte: Valor Econômico