Por Kauanna Navarro
SÃO PAULO – O Grupo Bom Jesus, um dos maiores do setor de agronegócios de Mato Grosso, emitiu debêntures no valor de R$ 400 milhões para contemplar os valores devidos ao Bladex, ao Santander, ao BMG e ao Brasil Distress, que fazem parte do plano de recuperação judicial, informou fonte a par do processo.
Esses credores haviam escolhido a debênture quando o plano foi aprovado. Os papéis vencem em sete anos de duração.
Não haverá pagamento de juros para esses papéis e, durante esses sete anos, a empresa terá de vender ativos ou participação em seu capital para pagar as debêntures. Os debenturistas têm direito de converter em participação até 20% do valor da empresa. O escritório Muller-Altit assessora a emissão do papel.
Em agosto de 2017, os credores do grupo aprovaram o plano de recuperação da empresa. Após ajustes no plano inicial, o desconto negociado para a dívida foi de até 30%, dependendo do tipo de credor. O grupo deve em torno de R$ 2,6 bilhões, a maior parte em dólar (US$ 400 milhões). O valor patrimonial do grupo estava avaliado em R$ 2,4 bilhões.
O plano não foi aprovado por 30,9% dos credores com garantia real e foi rejeitado por 35,4% dos sem garantia. Dos bancos, que detêm 60% das dívidas com garantia real, o plano foi rejeitado pelo Rabobank, Banco do Brasil, Itaú BBA e Votorantim.
Fonte: Valor Econômico