Empresa de criada por Eike Batista reestruturou dívida de R$ 2,33 bilhões.
Eneva diz estar ‘apta a iniciar uma nova fase em busca de crescimento’.
Complexo Parnaíba, localizado em Santo Antônio dos Lopes (MA), é um dos ativos da Eneva de geração de energia termelétrica (Foto: Divulgação)
A Eneva (ex-MPX), que atua nas áreas de geração e comercialização de energia elétrica, anunciou nesta quinta-feira (30) que a 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro decretou, na quarta-feira (29), o encerramento do processo de recuperação judicial da companhia e de sua subsidiária Eneva Participações, o que lhe permitirá iniciar “nova fase” de crescimento.
O pedido de recuperação judicial foi apresentado em 9 de dezembro de 2014 com o objetivo de reestruturar dívidas de mais de R$ 2,4 bilhões.
“O sucesso e a rapidez do processo de recuperação das companhias só foram possíveis com a cooperação e comprometimento de seus credores e acionistas, que se uniram em torno da sua reestruturação financeira”, disse, em comunicado, a Eneva, que também atua em exploração e produção de gás natural.
A ação da Eneva disparava mais de 50% na Bovespa, por volta das 11h30, após o anúncio.
Criada pelo empresário Eike Batista, a MPX sucumbiu a reboque da derrocada da petroleira OGX (atual Óleo e Gás Participações), que criou um efeito dominó nas demais empresas do grupo cEBX, obrigando o empresário a abrir mão do controle de várias empresas.
A alemã E.ON. assumiu o controle da ex-MPX Energia em maio de 2013, depois que o império de Eike Batista entrou em colapso.
A companhia informa ter capacidade instalada bruta de 2,2GW e possui participação em blocos terrestres de gás natural na Bacia de Parnaíba.
A recuperação
Segundo levantamento do especialista Guilherme Marcondes Machado, da PLKC advogados, a recuperação da Eneva é a 11ª maior da história do país.
Para se recuperar financeiramente e manter sustentável suas operações, a companhia propôs a redução global de ao menos 40% do valor total da dívida por meio de renegociações, capitalização de créditos ou concessão de perdão da dívida.
O plano de recuperação foi aprovado pelos credores em abril de 2015, tendo a decisão sido homologada pela Justiça em maio de 2015.
“Todos os credores trabalhistas, micro e pequenas empresas e credores quirografários com
créditos até R$ 250 mil foram integralmente pagos em menos de 12 meses após o início do
processo”, informou a Eneva.
“Após a realização destes pagamentos e de um aumento de capital da companhia concluído em
5 de novembro de 2015, restaram apenas 15 credores quirografários [sem garantia], de um universo de mais de 120 credores originalmente sujeitos à recuperação judicial, que receberão seus créditos em um prazo total de 13 anos”, completou.
Fonte: G1