Plano de pagamento aos credores foi aprovado pela Justiça
Por meio de nota, o Cruzeiro comemorou a homologação, na Justiça, do plano de Recuperação Judicial do clube. A sentença da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte foi publicada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais na última segunda-feira.
No comunicado divulgado pela associação (responsável pelo pagamento, contando também com repasses da SAF), o Cruzeiro reiterou o compromisso em arcar com o que foi estabelecido junto aos credores e fez uma estimativa de pagar quase R$ 100 milhões nos próximos dois anos e meio.
– A partir de agora o Cruzeiro deverá seguir o plano apresentado à justiça e votado pelos credores, sendo que a projeção de pagamentos supera a marca de R$ 90 milhões até o final de 2025.
A associação segue com suas fontes de receita, mas a SAF será a principal. O acordo de investimento com Ronaldo, e pela lei do clube-empresa no Brasil, prevê o repasse de valores para o pagamento de dívidas. Do ano passado, por exemplo, foi detalhado que a associação teve quase R$ 9 milhões de dívida tributária pagas.
Neste ano, o Cruzeiro projeta o repasse de mais de R$ 90 milhões de auxílio financeiro da gestão de Ronaldo, em 2023, para assumir compromissos de pagamento na recuperação judicial do clube. Nos próximos 18 anos, a previsão é de uma transferência de R$ 682 milhões para pagamento das obrigações. É importante ressaltar que os valores projetados de repasse da SAF poderão se modificar ao longo do tempo.
Além de contar com os repasses projetados da gestão de Ronaldo, a associação Cruzeiro ainda prevê duas situações como geração de receitas para o pagamento dos credores. Uma é a “renegociação do seu endividamento com modificações nos prazos, nos encargos e na forma de pagamento aos credores”, e a outra é “obtenção de novos recursos através de financiamentos”.
O plano aprovado
A Classe I, que tem preferência na lista de pagamento, contempla os débitos trabalhistas. O pagamento linear é limitado em até 150 salários mínimos, sem desconto ou carência, sendo feito em três momentos.
- Em até três meses após a homologação do acordo, serão pagos R$ 15 mil;
- Mais R$ 10 mil em até seis meses após a homologação;
- A quitação do saldo, obedecendo o limite de 150 salários, será feito em três anos após a homologação, com parcelas anuais.
Os débitos trabalhistas restantes serão pagos em parcelas anuais, em até 18 anos, obedecendo um valor mínimo de recebimento por cada credor e também um teto geral de repasses do clube.
O Cruzeiro propõe que, se realizar o pagamento dos 12 primeiros anos de forma correta, o clube ficará desobrigado a pagar as seis parcelas restantes. O bônus de adimplência será limitado a 75% do valor do crédito trabalhista. Na Classe I, a sede administrativa é colocada como garantia.
Na Classe II estão os “Credores com Garantia Real”, aqueles que têm bens do clube, móveis ou imóveis, como garantia. Neste caso, o Cruzeiro planeja o início do pagamento dois anos após a homologação do acordo, quitando o débito em seis parcelas anuais, acrescidas de correções e juros.
Em terceiro lugar de prioridade (Classe III) serão contemplados os “Credores comuns”, além dos credores trabalhistas e dos credores reais, cujo saldos não foram quitados em sua totalidade nas classes anteriores.
Em relação aos credores comuns, o planejamento do Cruzeiro é pagar R$ 150 mil, em única parcela, sem juros e correção, em até 24 meses após a homologação da Recuperação Judicial.
O Cruzeiro quitará os saldos dos credores comuns, trabalhistas e reais com desconto de 75%. O pagamento começará a ser feito dois anos após a homologação da RJ, com previsão de quitação em dez anos após o início do pagamento, com parcelas anuais, corrigidas pela Taxa Referencial e acrescidas de juros de 2% ao ano.