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CREDORES DO GPC APROVAM NOVO PLANO DE RECUPERAÇÃO

Por Francisco Góes | Do Rio

Os credores do Grupo Peixoto de Castro (GPC) aprovaram ontem, por ampla maioria, o novo plano de recuperação judicial da companhia. De acordo com o grupo, 86% dos credores presentes à assembleia, no Rio, votaram a favor do plano, pelo qual passam a deter 10% da empresa.

A conversão dos créditos dos credores em ações da holding GPC Participações S.A., negociada na bolsa, é uma das possibilidades da proposta aprovada ontem. Na prática, o novo plano de recuperação do Grupo Peixoto de Castro deve permitir a conversão de parte da dívida com os credores em ações da companhia. Aqueles credores que tiverem restrições para fazer a conversão do crédito em ações têm a opção de receber a longo prazo.

A dívida original da GPC com os credores, reconhecida no primeiro plano de recuperação judicial, aprovado há dois anos e meio, foi de aproximadamente R$ 300 milhões. Esse plano tinha como um dos pilares a venda de terreno de 500 mil metros quadrados pertencente ao grupo no bairro de Benfica, zona norte do Rio, mas a crise no mercado imobiliário impediu a levar o negócio adiante, disse Leonardo Antonelli, advogado do GPC na recuperação judicial.

O novo plano da GPC ainda precisará ser homologado pelo juiz que cuida da recuperação do grupo, na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio. Antonelli disse que na assembleia, ontem, os credores aprovaram a prorrogação da recuperação judicial do grupo por mais dez meses uma vez que ainda há medidas a serem implementadas. O GPC é controlado por uma das mais tradicionais famílias do Rio – os Peixoto de Castro – e a holding do grupo, a GPC Participações S.A., controla a Apolo Tubos e a GPC Química. No passado, o grupo também controlou a Refinaria de Manguinhos, que terminou sendo vendida.

Ontem, na assembleia, os bancos Santander, Itaú, Banrisul, Indusval e IFC, do Banco Mundial, votaram a favor da recuperação, disse Antonelli. O IFC é credor com garantia real pois recebeu da GPC, como contrapartida de empréstimo de US$ 10 milhões, o terreno do grupo em hipoteca. Se não for esperar pela venda do terreno, o IFC poderá receber seus créditos em 36 meses com desconto que deve chegar a 70% da dívida. O Postalis, com R$ 30 milhões em créditos do GPC, tem a opção de receber o pagamento em 30 anos, disse Antonelli. Votaram contra o plano HSBC e Caixa, além de Braskem e Vale Fertilizantes.

Os acionistas que aprovaram o plano e aceitaram converter seus créditos em ações do GPC devem carregar as ações do grupo por um bom tempo pois, se decidirem vendê-las a curto prazo, sofreriam forte desconto. O plano também inclui questões tributárias.

Fonte: Valor Econômico

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