Coxa iniciou processo em março e dá passo para buscar investidores em uma possível SAF. Coritiba tem débito de mais de R$ 120 milhões na RJ
Os mais de 300 credores do Coritiba aprovaram nesta quarta-feira o plano de recuperação judicial (RJ) na Assembleia Geral de Credores (AGC) por maioria dos votos. A homologação acontecerá na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba.
A direção alviverde dividiu o débito de mais de R$ 120 milhões em sete tipos. Todos aceitaram com mais de 75%, que era necessário para ser confirmado pela Justiça.
Esse é o primeiro plano de recuperação judicial aprovado no futebol brasileiro. O planejamento é de pagamento em 12 anos.
A Companhia Brasileira de Administração Judicial (CBAJ), administradora judicial do processo, conduziu as tratativas. A informação foi divulgada inicialmente pelo UmDois Esportes e confirmada pelo ge.
A aprovação era vista como fundamental no clube para ter fluxo de caixa e organizar as finanças em um curto e médio prazo. A outra necessidade é acelerar o plano da SAF.
Recentemente, o Coritiba passou por problemas, como reclamação do Athletico que o classificou como “calote”, e um transfer ban da Fifa que o impediu de contratar.
Para esse caso da punição esportiva, um possível inadimplemento não tem deságio. O Coxa, assim, pagará uma quantia mensal de R$ 34 mil proporcionalmente entre os meses 13 e 24. Depois, o valor sobe para R$ 75 mil.
O credor que emprestar dinheiro, como aconteceu no caso Cerutti pelo empresário Joel Malucelli, agora tem o limite de R$ 2,5 milhões.
Quem tem até R$ 181.800,00 (150 salários-mínimos) a receber será pago em, no máximo, 12 meses. Já credores com valores acima têm o saldo pago com base na receita do clube e pagamentos mínimos de R$ 5 mil reais. Em caso de eventos de liquidez, o Coxa pode oferecer pagamento à vista com 50% de deságio.
O credor que não tem garantia do pagamento total ganha até R$ 50 mil em 12 meses logo na homologação da RJ. O saldo restante terá deságio de 75%, pago em 120 parcelas mensais.
Os tipos de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) pegam créditos de até R$ 12 mil na data de homologação do plano, com deságio de 75%. O pagamento será feito em 78 parcelas mensais.
Os credores que mantém ou aumentam os valores durante a RJ recebem até R$ 50 mil em 30 dias da homologação, com deságio de 20%. A quitação será feita em 144 parcelas mensais.
Entenda como funciona a recuperação judicial
O objetivo da recuperação judicial é claro e simples: evitar a falência de uma empresa. A instituição faz o pedido para a Justiça, que suspende as cobranças por seis meses e nomeia um Administrador Judicial.
O Coritiba citou um valor de R$ 114,2 milhões para justificar o pedido de recuperação judicial. Vale destacar que, no balanço financeiro de 2021, o Coxa declara uma dívida total de R$ 268 milhões.
Fonte: ge.globo