Por Cibelle Bouças
O conselho de administração da Hotéis Othon aprovou, em reunião realizada na sexta-feira passada, o plano de recuperação judicial da companhia. O plano foi enviado no mesmo dia à 5ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro.
No plano de recuperação judicial, a empresa reconhece a existência de 880 credores, totalizando uma dívida de R$ 47,1 milhões.
Os credores foram divididos em três grupos – trabalhistas, quirográficos, microempresas e empresas de pequeno porte. As dívidas trabalhistas somam R$ 3,6 milhões. As dívidas quirografárias somam R$ 43,2 milhões e as dívidas com pequenas e microempresas somam R$ 235,6 mil.
O plano da Hotéis Othon estabelece o pagamento aos credores trabalhistas de 100% dos créditos em até 12 meses. As micro e pequenas empresas credoras também receberão o pagamento de 100% do crédito reconhecido em até 12 meses.
Os credores quirográficos poderão receber de quatro maneiras distintas. Uma delas é o pagamento em parcela única, em até 24 meses, de uma quantia equivalente ao menor valor entre o seu crédito reconhecido e R$ 100 mil. Outra opção é receber em parcela única, paga em até 36 meses, de quantia equivalente ao menor valor entre 70% do crédito reconhecido e R$ 500 mil. Uma terceira opção é receber o equivalente ao menor valor entre o crédito reconhecido e R$ 8 milhões, dividido em 120 parcelas iguais, pagas mensalmente. Para essa opção existe carência de três anos. As parcelas serão corrigidas pela variação do IGP-M. A quarta opção é receber o valor total em 20 parcelas iguais, pagas anualmente, vencendo a primeira parcela após a carência de quatro anos. Esses valores serão corrigidos pela variação da TR.
Os credores devem informar a opção escolhida em até 15 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
Com essa proposta, a empresa prevê pagar 49,2% dos credores no primeiro ano da recuperação judicial e 97,4% dos credores no prazo de dois anos. Ao fim do terceiro ano, 98,5% dos credores terão recebido os pagamentos.
A rede Othon entrou em recuperação judicial no dia 29 de novembro. A empresa fundada por Othon Bezerra de Mello acumulava, no fim do terceiro trimestre de 2018, dívida de R$ 344,4 milhões. Desse total, R$ 340,9 milhões integram o programa de refinanciamento tributário (Refis) e não entram na recuperação judicial.
Em novembro, a Hotéis Othon fechou duas filiais, em Salvador e Belo Horizonte, após 40 anos de funcionamento. A rede tem dez unidades próprias e administradas distribuídas no Rio de Janeiro, em São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
O maior credor da rede é a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio de Janeiro, com R$ 24,34 milhões. Outros credores com créditos expressivos são Supra Construções (R$ 4,396 milhões), Lazar Empreendimentos Imobiliários (R$ 2,128 milhões) e Hexa Empreendimentos Imobiliários (R$ 2,777 milhões).
Fonte: Valor Econômico