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CAVALERA PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Pandemia acelerou crise financeira que a companhia já enfrentava nos últimos anos

A K2 Comércio de Confecções, controladora da varejista de moda Cavalera, entrou na terça-feira com pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências de Recuperações Judiciais de São Paulo, após conflitos societários entre controladores, que afetaram a operação na última década, além de uma piora da situação da empresa a partir de 2017.

A pandemia acabou acelerando a crise financeira que a empresa enfrentava já durante a última recessão iniciada em 2015, afirma a varejista nos documentos encaminhados à Justiça, como antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A Cavalera tem 14 lojas e são vendidos itens da marca em cerca de 800 pontos no país em 13 estados.

Fazem parte do pedido de recuperação a K2 Comércio, K2 Consultoria, JIB e Faz – todas empresas com mesmos controladores.

No pedido enviado à Justiça, a K2 informa quase R$ 34 milhões em empréstimos e financiamentos. Segundo fonte, as dívidas tributárias atingem R$ 60 milhões. Segundo o grupo, com a crise econômica anos atrás, houve piora do ambiente de consumo entre 2017 e 2018 e aumento dos custos de produção, afetando os números.

A receita líquida da Cavalera caiu de quase R$ 50 milhões em 2018 para R$ 40 milhões no ano seguinte, até atingir pouco mais de R$ 20 milhões no ano passado. O prejuízo passou de R$ 36 milhões em 2018 para uma perda menor, de R$ 243 mil em 2020. Apesar dessa redução, a empresa diz que vem tendo dificuldades para gerar caixa e pagar dívidas acumuladas com credores, e não vê sinais de melhora nas condições, o que levou ao pedido à Justiça.

Como ponto de destaque, que também acelerou a crise na empresa, estão divergências entre as sócias Valeria Hiar e Joana Hiar, que foram à Justiça nos últimos anos pelo comando da rede. Isso trouxe instabilidade à gestão. “O conflito de aproximadamente 10 anos influenciou de forma negativa a atividade das empresas”, afirma a companhia no pedido.

Fonte: Valor Econômico

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