Por Rita Azevedo
A Brasil Pharma informou nesta quinta-feira que o conselho de administração aprovou o ajuizamento do pedido de falência da companhia, bem como a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para que os acionistas se manifestem sobre o tema.
Devido a dificuldades enfrentadas recentemente — relacionadas à venda de ativos necessárias dentro do plano de recuperação judicial –, a Brasil Pharma afirma que não “não foi possível obter novos recursos para assegurar o cumprimento das obrigações previstas no plano de recuperação judicial, tampouco vislumbrar perspectivas de continuidade operacional.”
“A administração identificou que a companhia está impossibilitada mesmo de manter o pagamento de honorários advocatícios e de acessar seus sistemas de informática e de controle contábil, o que lhe impossibilita gerenciar suas operações e realizar o pagamento integral da folha salarial de seus colaboradores”, diz trecho do comunicado.
Em janeiro de 2018, a Brasil Pharma apresentou à Justiça um pedido de recuperação judicial. A proposta foi homologada em novembro de 2018. Desde então, a empresa diz que estava atuando para implementar as medidas de recuperação, que incluíam a venda de ativos e negócios, dentre os quais a rede de drogarias Farmais para a compatibilização de seus passivos, mas que o processo foi “severamente afetado” por fatores e intercorrências.
A empresa destaca, entre outros pontos, o baixo valor arrecadado nos leilões de mercadoria e ativos, a deterioração do valor de mercado dos pontos comerciais, em função de inúmeras ações judiciais para retomada de imóveis e a suspensão do leilão da Farmais, que impediu a venda do ativo mais relevante da companhia.
No início de março, a Panpharma, uma das maiores distribuidoras do setor farmacêutico, obteve liminar em segunda instância que suspendeu o plano de recuperação da Brasil Pharma.
A Panpharma questionava o formato da venda da BR Pharma ao empresário Paulo Remy, em 2017, e falava em conflito de interesses de sócios do BTG, credores da rede de farmácias criada pelo BTG.
O juizado de segunda instância dediciu avaliar o mérito dos pedidos de liminar dos credores, que alegam que o BTG abusou de seu poder na aprovação do plano da rede.
Negociações com ações suspensas
Ainda nesta manhã, a B3 informou que os negócios envolvendo os papéis da Brasil Pharma seguirão em leilão até às 12h.
A negociação dos papéis foi suspensa pela B3 até às 11h. Depois disso, ficaram em leilão até 11h15. Por volta das 11h20, a bolsa informou que o leilão foi prorrogado até 12h.
Na última quarta-feira, os papéis da companhia encerraram o dia em queda de 4,83%, a R$ 1,38. Desde o início do ano, acumulam queda de 8%.
Fonte: Valor Econômico