Depois de diversos adiamentos na votação, a assembleia de credores do Grupo Hopi Hari, parque temático localizado em Vinhedo (SP), aprovou o plano de Recuperação Judicial apresentado pela atual gestão, nesta quarta-feira (2/2), após 9 horas de discussões entre os representantes legais dos administradores do parque e os advogados dos credores.
De acordo com as informações apresentadas pelos gestores, foi decisivo na aprovação do plano o bom momento vivenciado pelo parque que fechou o ano de 2021 — mesmo com os efeitos da pandemia do Covid-19 sobre a economia — com um faturamento de R$ 98 milhões (recorde em toda história do parque), e R$12 milhões de lucro. Com apenas oito meses de atividade e 148 dias aberto, o parque recebeu 733 mil visitantes, uma média de 4,9 mil por dia.
A vitória garante a continuidade da gestão do parque, que vinha sendo alvo de repetidas tentativas de grupos de investidores para destituir os atuais gestores. Parte dos credores havia pedido na Justiça que a assembleia pudesse analisar a substituição dos atuais administradores. O pedido chegou a ser autorizado, mas a decisão foi suspensa pelo Tribunal de Justiça.
O presidente do parque, Alexandre Rodrigues, disse que o trabalho da atual administração, comprovado durante a assembleia por documentos e também por todos os esforços para manter o parque funcionando, mesmo com um expressivo passivo herdado, foi determinante para que os credores dessem seu voto de confiança ao plano apresentado. A administração aguarda agora a homologação do plano pelo juiz recuperacional.
Com a aprovação do plano, o Hopi Hari deverá seguir com os projetos para novos investimentos. Vale lembrar que o grupo está em processo de recuperação judicial há cinco anos.
Em outubro de 2021, o grupo anunciou o fechamento de um acordo de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) para a reestruturação, expansão e desenvolvimento do parque de diversões com a Whitehall & Company LLC. Na época, os gestores afirmaram que o acordo vai trazer maior tranquilidade financeira e ajudará o grupo a cumprir o plano de recuperação judicial.
Segundo nota, o contrato, além de contemplar as obrigações do grupo com seus credores, também deve ajudar no planejamento de novas atrações do parque e no desenvolvimento imobiliário de seus terrenos, em Vinhedo.
Pouco tempo antes do anúncio do acordo, um grupo de empresas apresentou proposta de compra do parque. O grupo incluía Beto Carrero World, Playcenter e Wet’n Wild, Senpar, RTSC e KR Capital. A proposta incluía quitação das dívidas e “investimentos para a recuperação sustentável” do empreendimento. Chegou-se a levantar a possibilidade de que essa proposta fosse avaliada pelos credores em assembleia, mas a administração do parque entrou com pedido para que o tema não entrasse na pauta, uma vez que se tratava de uma proposta de terceiros.
Fonte: ConJur