Dívidas chegam a a cerca de R$ 180 milhões
O Grupo Zaltron, que produz soja e milho em cerca de 11 mil hectares na região de Balsas, principal polo de grãos do Maranhão, teve ontem aprovado pelos credores seu plano de recuperação judicial, deferido em 2019 em meio a dívidas da ordem de R$ 180 milhões.
Segundo a Quist Investimentos, que assessorou o Zaltron no processo — que tramitou na 2ª Vara Civel da Comarca de Balsas —, os termos propostos no pedido foram aceitos por todas as classes de credores do grupo, que faturou pouco mais de R$ 250 milhões no ano passado.
Estão incluídas no pedido as empresas Zaltron Transporte e Comércio de Grãos e Zaltron Comércio de Materiais para Construção, além das pessoas físicas Claudir Antonio Zaltron, Davi Zaltron e Valdir Zaltron.
Origens em Goiás
Irmãos e sócios do grupo, Claudir, Davi e Valdir começaram a produzir grãos em Goiás, em 1995. Três anos depois o Zaltron comprou sua primeira fazenda, em Vereda Bonita, Tocantins, mas logo decidiu concentrar a produção na região de Balsas.
Foram problemas climáticos sobretudo entre 2015 e 2016, que começaram a turvar o horizonte do Grupo Zaltron. Em entrevista ao Valor em março de 2016, Valdir, que presidia o Sindicato Rural de Balsas, estimou em 40% a quebra da safra de grãos em todo o Estado do Maranhão na safra 2015/16 por causa de chuvas irregulares e calor excessivo.
Mas, como foi exposto no pedido de recuperação, a alta de custos com insumos como fertilizantes e defensivos, o aumento do diesel e variações cambiais estão também colaboraram para o crescimento do endividamento do grupo na segunda metade da década passada.
“Muitos produtores ainda têm dúvidas sobre como realizar esses procedimentos e, sem informação, chegam a pontos mais drásticos como o comprometimento das fazendas”, afirma, em nota, Douglas Duek, CEO da Quist. Ele alerta para a importância de buscar ajuda o quanto antes e lembra que, “mesmo considerado pessoa física, se estiver dentro dos critérios como tempo de atuação, o produtor pode solicitar RJ normalmente”.
Fonte: Valor Econômico